domingo, 31 de janeiro de 2010

Formigas doentes preferem ir morrer na solidão

Quando sente que vai morrer, a formiga abandona o formigueiro. Passa os últimos momentos na solidão.
Quase tão inesperado quanto o comportamento dos animais é o dos cientistas alemães responsáveis pela descoberta. O trabalho deles é passar o dia acompanhando um "Big Brother Formiga" e, depois, procurar explicar as atitudes dos animais.
O responsável pelo estudo é Jürgen Heinze, da Universidade de Regensburg (Alemanha), uma espécie de Pedro Bial do formigueiro. No caso das formigas moribundas solitárias, a explicação que ele propõe parte da ideia de que quase ninguém, na natureza, morre de velho.
Grandes grupos de seres idosos são uma anomalia histórica criada recentemente pelos humanos. Na vida selvagem, morre-se muito antes de envelhecer. Em geral, a razão é alguma doença, muitas delas transmissíveis. Imagine quantas vezes você já teria ficado à beira da morte se, como as formigas, não tivesse acesso à medicina.
A questão é que sociedades são o cenário perfeito para que doenças transmissíveis se espalhem. Como formigas são seres que vivem em complexas sociedades, afastar-se durante a doença é uma maneira muito eficiente de evitar que mais animais se contaminem no formigueiro. Em termos evolutivos, formigas que tinham esse comportamento beneficiavam a sobrevivência de toda a comunidade e, assim, de vários dos seus próprios genes.
Os cientistas não observaram as formigas doentes sendo atacadas por outras ou forçadas a abandonar os formigueiros. Elas simplesmente iam embora por "vontade" própria.
O trabalho foi feito com uma espécie em particular de formiga (aTemnothorax unifasciatus), mas os cientistas acreditam que encontrariam o mesmo altruísmo em outras espécies com a mesma estrutura de sociedade (leia mais ao lado), como abelhas ou vespas.
Espiadinha
Os cientistas retiraram os formigueiros de seus lugares de origem, no meio do mato, e os levaram para o laboratório. Eles foram delicadamente colocados em caixas de plástico, que facilitavam a observação de cada um dos animais.
"Foi algo bem fácil de fazer. Nós simplesmente sentamos em um microscópio e vemos o que está acontecendo. As colônias de T. unifasciatus [a espécie de formiga utilizada] são bastante pequenas, então, de poucos em poucos minutos, é possível rastrear o estado comportamental de todas as formigas", diz Heinze.
Foram vários os experimentos, que serão publicados na revista "Current Biology". Em um, os pesquisadores infectavam algumas formigas com fungos fatais e marcavam os animais destinados à morte com arame. Em outro, observavam formigas que morriam sozinhas, sem interferência humana. Em ambos os casos, os animais iam, salvo raras exceções, morrer no exílio.
Para Heinze, ainda há muito a pesquisar sobre as formigas, como o seu comportamento de acasalamento e os meios de resolução de conflitos, que podem acabar em lutas fatais.

FONTE:http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2010/01/30/formigas-doentes-preferem-ir-morrer-na-solidao.jhtm

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cientistas conseguem dar nó em feixe de luz

Experiência inédita foi possível graças a hologramas e à aplicação de teoria da matemática abstrata. (da BBC)

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Representação de nós em feixes de luzes. Feito dos cientistas britânicos é inédito (Foto: Universidade de Bristol/Divulgação )

Uma equipe de físicos britânicos conseguiu dar vários nós em feixes de luz, em uma experiência inédita relatada em artigo na revista científica "Nature Physics".

Segundo os especialistas, o feito foi possível graças à chamada "Teoria dos Nós", um ramo da matemática abstrata inspirado nos nós cotidianos, como os de cordas e sapatos.

"Em um feixe, o fluxo de luz no espaço é semelhante ao das águas de um rio", explicou Mark Dennis, da Universidade de Bristol e principal autor do estudo. "Apesar de correr em uma linha reta, a luz também pode fluir em voltas e redemoinhos, formando linhas no espaço chamadas de vórtices ópticos."

"Ao longo desses vórtices, a intensidade da luz é zero. Toda a luz à nossa volta é cheia dessas linhas negras, apesar de não podermos vê-las", disse.

Laser

Vórtices ópticos podem ser criados com hologramas que direcionam o fluxo de luz.

Neste estudo, a equipe desenhou hologramas usando a teoria dos nós. E com esses hologramas, conseguiram criar nós em vórtices ópticos.

Para os cientistas, a compreensão de como controlar a luz tem importantes implicações para a tecnologia a laser usada em vários campos, da medicina à indústria.

"O sofisticado desenho de hologramas necessário para a nossa experiência mostra um avançado controle óptico, o que pode sem dúvida vir a ser usado em futuros aparelhos a laser", disse Miles Padgett, da Universidade de Glasgow.

FONTE:  http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MRP1453502-5603,00.html

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